Minha
preparação para Kona foi intensa. Eu me senti pronta e forte, e visualizei um
recorde pessoal na minha quinta participação na ilha.
Planejei
ir pra Kona duas semanas antes da
prova, como sempre faço, porque Campinas é uma cidade muito seca e Kona, muito
úmida. Assim, fui obrigada a sair da academia que estava trabalhando, pois ficaria um longo tempo fora do Brasil. E logo já imendei uma visita à minha irmã, na Tailândia.
Eu treinei forte
em Kona, talvez até mesmo muito forte. Na semana da prova, eu descansei muito,
talvez até demais. Rss Eu fiz tudo para ser a melhor prova de que você poderia
ter. Realmente eu nunca treinei tanto para um Ironman antes. Mas eu sei que não
é isso que determina a sua prova no dia H.
A verdade
foi que eu não tive nenhuma motivação no dia da prova para competir. Eu não tive aquele fogo que sempre me acompanhou em Kona, aquela vontade
maior do que tudo. E isso já resume o resultado da minha prova na Ilha.
A verdade
foi que depois de um resultado
surpreendente no UB515, e ter um grande retorno de mídia sobre ele; eu não consegui nenhum patrocínio para me ajudar com qualquer custo da viagem para Kona.
Isso me decepcionou.
Eu já compito poucas vezes por ano, por causa dos altos custos de
viagens e inscrições. E percebi que com um resultado muito acima do que qualquer um que eu pudesse imaginar que fosse capaz, e ainda assim, nada de patrocínio que me permitisse seguir na temporada...
Eu
não gosto de me comparar com os outros. Sei que não sou marqueteira e
odeio tudo que se assemelhe a "blogger fitness" e fama instagram a la Gabriela Pugliesi. Faço o que é necessário pra divulgar meus apoios e resultados. A minha vida se resume muito em fazer e viver (por isso muitos meses se passaram para eu atualizar o blog), e não se resume em mostrar ou falar. Então, às vezes, eu mesmo prefiro ser meu patrocinador próprio. Até porque eu sou amadora; e no triathlon, os atletas pensam que só porque escolheram um esporte desafiador, todos merecem um patrocinador, mesmo os pangarés. Como se treinar fosse um sacrifício, só que não é .
Assim,
enquanto estava em Kona, cercado por milhares de atletas na semana do Iron, eu me
senti completamente fora do ambiente. Eu não me identificava mais com todo contexto. Percebi que mesmo se fosse campeã na categoria, nada mudaria. Não
teria qualquer ajuda para me manter no esporte. Isso foi o que me
desmotivou. Meu fogo se apagou. Eu comecei a ficar irritada com os atletas de
todos os lados, treinando sem parar. Graças a Deus, o meu namorado que me acompanhou na viagem, não
é triatleta, pois eu o teria matado naqueles dias. Rsss
Eu fui para a prova e estava nervosa!
O início da
natação foi tranqüila, pois foi a última largada, só de mulheres. Nadei bem, e
antes do meio do caminho, comecei a passar homens idosos. Antes do retorno do
barco até a saída da água foi muito conturbado. Muitos homens ao
longo do caminho. Muitos! Nadei em zigue-zague e isso, na verdade, acabou gerando
maior gasto de energia e de tempo. Eu não liguei, porque eu amo nadar; primeira vez que nadei olhando para o fundo do mar de Kona, que é espetacular. Além disso, só tinha competido nesse ano no UB, e senti a natação passar muito rápido. Saí da água com 1hr08 ', e e fiquei muito surpresa quando eu fui pegar a minha bike. Parecia que 90% das bikes ainda estavam lá. Caramba, triatleta não treina natação; um Campeonatos Mundial e os homens sairam 15' antes. Fiquei chocada!
Fui pedalar,
e logo na subida da Palani fui passada por duas meninas da minha ag que eu conhe ço. Lá, foi uma zona. Minha bike travou quando desci pra coroa pequena. Meu spray caiu no chão, minhas comidas não paravam no meu bolso. Caos total.
Segui.
Eu estava
pedalando com fome, porque eu esqueci minhas batatas no hotel e não voltei para
pegar antes do largada (burra). A culpa foi toda minha e eu sofri as conseqüências desse erro após 100 km de pedal.
Eu peguei uma chuva na subida até Hawi, no entanto, foi refrescante! Estava
quente!
Na descida, as pessoas começaram a me passar, porque não desço rápido, pois sou
muito leve! Pedalava forte na marcha mais pesada, e as pessoas me passavam sem
pedalar.
A volta da Queen K. teve vento lateral e contra e, nesse ponto senti um déjà vu do
ano anterior (2013). Eu não tinha forças, estava economizando em gel; os pelotões me passavam, e eu fui ficando...
Eu terminei
o pedal debaixo de muito sol, e para piorar, perdi hidratação da última aid station. Na transição, peguei
minha garrafa de amino ácido e não consegui beber, pois estava mais quente que chá. Os meus géis foram todos colocados numa garrafinha e estava fervendo, mas fui
obrigada a levar.
Fui correr muito forte e depois de 500m minhas costas travou e não conseguia
respirar direito. Logo, comecei a andar, porém a torcida não deixou eu caminhar. Comecei a trotar e respirar com dificuldade, sentindo dor. Segui trotando até o km 15 (foto), sempre pegando uma grande quantidade de água nas aid stations para me hidratar! Estava quente!!
Parei para ir no banheiro e depois disso, engatei um ritmo decente. Fui me recuperando e acelerando sempre mais.
Parei para ir no banheiro e depois disso, engatei um ritmo decente. Fui me recuperando e acelerando sempre mais.
E assim que
eu terminei a corrida, acelerando mais a cada km. Na reta final
acelerei mais, dei um sprint final no tapete. Apenas desejava terminar o que tinha começado. Só isso.
Cheguei ao
som de uma música muito boa, que não me lembro qual, mas quando cheguei, dançei e
comemorei! Então sorri. Sorri como expressão de alívio.
Foi uma
prova ruim. Minha cabeça não via qualquer razão de eu estar lá, mas meu
corpo estava lá pronto e treinado como nunca.
Amo Kona, a cultura hawaiana e a prova é especial para mim. Tenho até uma tatuagem na perna que foi
feita em 2008, a primeira vez que eu estive na ilha.
Mas eu sinto que é o momento de seguir em frente, fazer outras provas, conhecer outros lugares. Não me sacrificar tanto para pagar a vaga (inscrição) e os custos de uma viagem repetida. Quando se tem um patrocínio, tudo fica tranquilo e com sentido. A minha realidade não é essa e eu aceitei.
Mas eu sinto que é o momento de seguir em frente, fazer outras provas, conhecer outros lugares. Não me sacrificar tanto para pagar a vaga (inscrição) e os custos de uma viagem repetida. Quando se tem um patrocínio, tudo fica tranquilo e com sentido. A minha realidade não é essa e eu aceitei.
Terminei a prova em 10hr58' (igual 2010), e 19º lugar ag 25-29 anos.
Mesmo sem
patrocínio, devo agradecer aos meus apoios para Kona 2015, pois sem eles, não conseguiria me manter treinando. São eles:
Skechers
Brasil, que me deram dois pares de tenis Gorun 4 para treinar e competir pra Kona 2015!
Sportler Suplementos, no Shopping Unimart Campinas!
Elo Academia, e o coach Ivan que me aguentou as 6hr da matina todos os dias!
Açaí Mill
& Ross, o Carlos, que me oferece o melhor açaí do Brasil!
Bike Fan
Campinas!
Voila Food!
Uniforme
Athlon Fit!
Zóio meu
parceiro de treino!
Meu
família e meu namorado Rafa, minha base e sustentação da vida!
Eu sou
abençoada por ter a oportunidade de competir, mesmo uma ou duas vezes por ano, num esporte de elite.
Eu sou abençoada, porque eu posso fazer o que eu amo, todos os dias da minha vida; trabalhar com o esporte e viver este estilo de vida, que é muito maior do que qualquer campeonato!
Eu sou abençoada, porque eu posso fazer o que eu amo, todos os dias da minha vida; trabalhar com o esporte e viver este estilo de vida, que é muito maior do que qualquer campeonato!
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