quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Agosto

Dia 07 de Agosto participei do triathlon Ninho das Águias, em Pirassununga, em formato olímpico, com vácuo liberado.

Resolvi me inscrever na prova, pois consegui a inscrição em metade do preço e achei que seria bom matar a saudade de uma distância que eu gosto tanto – uma das minhas favoritas do triathlon. Não existe muitas opções de provas nessa distancia, quase sempre Troféu Brasil, que eu não pago jamais o preço de uma inscrição dessa prova – um absurdo. Além disso, sabia que ia me mantar nadando 3-4 x semana se tivesse alguma provinha.

Descobri que a prova era com vácuo liberado, uma semana antes, e sinceramente não gostei. Pensei que seria uma zona, já que os atletas não respeitam provas de IM, imagina com a liberação. Tinha certeza que os homens iam ficar atrás das meninas e essas coisas me irritam.

Não fui muito bem treinada no ciclismo, nas últimas semanas estava pedalando uma vez na semana, no velódromo, e alguns treinos de rolo. Consegui ir pra estrada dois dias antes da prova.

Mas a verdade era que o resultado pra mim era insignificante; uma prova sem premiação e significado. Fui para matar a saudade do triathlon mesmo.

A largada foi meio tensa, um ritmo mais apertado por mais tempo do que o normal. A roupa de boracha ajudou, mas não consegui encaixar pernada no nado, fiquei nadando no pé de outras atletas e aproveitei para descansar. Não enxerguei nada da última perna, e os homens do meio do caminho se tornaram obstáculos. Tivemos que nadar em zigue-zague forte na segunda volta.

Fui pedalar e logo na saída da T1 encontrei com a Carlinha. Sabia que ela tinha um ótimo pedal e fiquei com ela o tempo todo. Tentei fazer minha parte no revezamento da bike, mas sinceramente eu estava destreinada, logo ela voltava a assumir a frente; arrisquei contra o vento, na descida, tentei. Mas realmente a Carla ficou mais tempo na frente da bike; talvez meu ritmo atrapalhasse, talvez ela gostasse de ficar na frente, não sei. Declarei no fim da prova que eu tentei ajudá-la, sim.

Como estávamos juntas todo o tempo tivemos um tempo para tentar visualizar quantas meninas estavam na nossa frente, e quanto tempo, pois o percurso da pista era cheia de idas e vindas. Nas duas voltas, vimos uma vez só, uma menina sozinha, e pegamos ela no final da primeira volta. Claro que todas as meninas que estavam na nossa frente estavam em pelotes de homens, pois fiquei muito atenta e nada! Não estavam revezando em duas, como nós e não estavam sozinhas. A torcida viu; os atletas viram, muito feio.

Em falar em feio, no percurso todos veio uns 3 homens tentando cortar a minha roda, para entrar na roda da Carla. Falei um par de vezes: - Por favor, saia da roda, não pode, você é homem, e só pode pegar roda de homem.

Ignoravam.

Teve um cara muito mala, que quis discutir e falou assim: - O que muda pra você? Pode ir, vai, fica com a roda!

Rsss

Palhaçada!!

O que muda para mim? Tudo meu querido! Se o árbitro vier, sou eu a prejudicada, que estarei como se estivesse na tua roda, e não estou! A prova das mulheres é separada dos homens. Quanto malandragem e ignorância. Esse cara ai provavelmente reclama da corrupção do pais e não consegue ser honesto em uma provinha podre de triathlon. Pior, ainda quer brigar com mulher, em uma posição errada.

São essas as pessoas que estragam o esporte. Que espírito! E esse espírito que vem estragando as provas de Ironman, e de longa distância. Como era bom antigamente... Agora se parar para pensar, não dá vontade de se inscrever numa prova tão cara pra ficar estressada. Vaqueiros caras de pau estão dominando tudo. Se pensar mesmo, bate uma saudade do ultra, em que pedalei sozinha o tempo todo, com um carro fazendo cobertura átras de mim, sem muvuca, sem vaqueiros, prova limpa, linda.

No final essa cara ai se juntou com outros dois e foi embora – isso aconteceu no começo do ciclismo.

Saímos para correr juntas, e tentei ir abrindo. Fiquei a poucos metros da Carla por vários kms. Tentava apertar pouco nas subidinhas. No km 7, o Rafa mandou apertar para pegar uma menina que tinha na frente. Apertei e peguei ela. Continuei apertando até o final, agora dando 100% do que tinha. No final, cheguei em terceiro lugar geral feminino, e a Carlinha veio logo em seguida.

Foi uma prova muito legal! Distância boa, e um percurso legal -diferente do que sempre fazemos. Mais que isso, foi uma prova de parceria total. Fiz a prova que fiz, por causa da Carlinha. Isso é muito legal, para quem está acostumada a fazer provas de Ironman, sempre sozinha por horas e horas.

A rotina agora mudou. Estou correndo todos os dias volumes altos, com treinos de intensidade alta sempre. Estou pedalando uma vez na semana, intervalado no velódromo, nadando de 3 a 4 vezes na semana focando em técnica , e muito fortalecimento funcional e musculação.

De corrida, segunda tenho fartlek, terça tiro depois da bike + treino progressivo antes de dar aula, quarta tenho rodagem + treino de pista, quinta descanso ativo, sexta mais fartlek, sábado e domingo longos (sempre um forte e um rodagem).
Fora isso tudo, todo dia dou aula de personal de corrida, o que soma em qualidade (intervalados dos alunos) e volume; mas no geral os ritmos dos meus alunos são muito tranquilos, dói, porque não acostumo, é bem desconfortável.

Foco total para os 100km!