domingo, 25 de janeiro de 2015

Diario UB: semana de queda

Mais uma que se passa e aos poucos formam o ciclo de treinamento para o UB.
Segunda começou como toda segunda: treino de natação, treino funcional e treino de corrida leve.

Terça, fui de madruga para o velódromo com o Zoauin. Treino progressivo de 15`forte de bike, na roda, seguidos de 2km de corrida forte. A segunda série eram 10`de bike mais forte e a última série eram apenas 5`muito forte. Essa última série me matou e quase me matou literalmente.

Já eram 6:20 da manhã e o velódromo estava lotado, o que me irritou completamente, porque curto ir pra lá fazer tiro máximo, e só prestar atenção na roda e na força que tenho que aplicar.
Foram vários os fatores que ajudaram para o acidente; estava realmente cansada, pedi pra parar, estava desistindo do tiro. O Bruno insistiu, quis me ajudar, me esperou, faltava 1`exato para a acabar o tiro. Estava babando, sem forças..
Entramos no trecho do velódromo que estava sem luz. Neste dia, metade do velódromo estava sem energia elétrica e mais escuro. Com o tempo foi acostumando. Mas junta tudo, e o resultado foi eu encostar na roda do Bruno, capotar no velódromo e ficar toda queimada da queda.

Levantei do tombo, vi que estava tudo bem. Achei que eram apenas uns raladinhos, corri mais 2km com o Bruno. Não subi de novo na bike para o giro final. Apenas fui me lavar na torneira. Achei que eram apenas ralados, nada demais.
Fui para casa, tomei banho e o mesmo: pra mim eram ralados, nada demais.
Até que fui dar aula meio dia na academia, debaixo do sol, e ai tudo complicou. Tudo começou a latejar, comecei a sentir muita dor, e a sentir realmente que eram queimaduras. Fui na farmácia do shopping, me emplastei de pasta dágua, continuei dando aula até a noite.

Ai tudo complicou. Percebi que os ferimentos eram um pouco mais graves, e que não dava pra ficar debaixo do sol dando aula de natação. Fiquei quarta de cama, sem conseguir colocar roupa. O braço direito todo machucado, ombro, quadril e perna. Esfreguei tudo bem forte pra sair a pasta dágua que formou uma casca grossa, parecendo uma tapioca grudada em mim. Doeu.

Quinta, fiz musculação, de manhã e de tarde, e corri na esteira. Os machucados estavam ruins. Encontrei com um aluno médico que me ajudou e me deu as orientações que me salvaram! Comprei a pomada apropriada para queimadura e minha missão era encontrar o tal do Tegaderm para conseguir me cobrir e sair pra treinar na rua.

Sexta logo cedo, comprei o Tegaderm e fiquei feliz da vida! Fiz rolo em casa de manha, e logo depois do almoço corri FORTE na esteira. Descontei tudo lá. De noite dei uma aula e pedalei um pouco.

Sábado foi o treino principal da semana.
Me emplastei de pomada, cobri todas queimaduras com tagederme e por cima, pernito e manguito, só do lado direito. Sai pra um pedal de 240km rumo a Campos de Jordão.
Coragem!

O problema dos machucados estava resolvido e tudo protegido do sol. O único problema era que com os machucados no antebraço direito, não ia conseguir clipar na bike. Logo tinha duas posições: segurando o guidão e segurando na parte debaixo do guidão - posição que não uso NUNCA.

Foi ai que o bicho pegou. Pegamos a Dom Pedro as 6 da manhã, ainda pouco escuro. O vento no pedal todo foi contra e estava, sinceramente, enchendo o saco. A minha bike road contra vento não anda nada, ela vai pra trás, chega a dar raiva. No guidão não dava pra ficar. Fiquei segurando embaixo. A minha coluna não esta acostumada a esta posição, minhas pernas, meus bracos, minha mão.
No km 60 furou 3 vezes meu pneu traseiro, e pensei que o treino estava perdido. Dom Pedro é muito suja e muito chato pedalar lá, sinceramente.

Quando chegou no km 85, o Bruno puxando o ritmo acima dos 40km, contra o vento, eu sofrendo, percebi que não ia conseguir completar tudo, sendo os últimos 40km de serra. Estava moída. Fizemos uma parada no km 115. Coca rápida, e fomos. Pegamos a Carvalho Pinto e fiquei animada de completar mais 100km até Campos - achei realmente que terminaria. Mas o corpo não se animou! Fomos seguindo, quando chegou no km 160, afirmei que terminaria 200km apenas. De ai para o final foi uma linha regressiva. Cansaço, humor nas alturas, um sobe e desce que me irritava, e mais ainda era o vento chato que fazia minha bike ir pra trás. Já não acompanhava mais o ritmo do Bruno.
Coitado, que paciëncia! No km 180, furou um pneu dele e ele falou que ficaria esperando o carro buscar ele. Eu fui seguindo e consegui terminar 188km.

No final, não foram 240km e nem 200km.
Mas não queria ficar me arrastando na estrada, não dava mais! O que mais doía não eram as costas ou as pernas, eram as mãos! Latejavam...

Cheguei em casa com dor nas costas, toda torta, por causa das posiçõees que adotei no ciclismo, além das dores de dormir torta e sem posição por alguns dias!!
Muitas vezes clipava só com o braco esquerdo e ficava segurando no guidão com o direito.

Tomei banho e tive uma surpresa!  A pomada, com os curativos de tagederme fizeram o pus sair, a pele secar;  os machucados melhoraram quase todos 100%!!
Parecia milagre. Devia ter tirado foto do antes e depois.  Surpreendente!
No final, sair pra pedalar realmente mudou os machucados! Pra melhor!!!

Domingo, dormi até a hora quis! Levantei e fui correr com o Rafa. Fechamos 1hr30`debaixo de sol, na Brigada, um dos lugares que mais gosto de correr! Estava travada de sábado, sem conseguir correr forte. Foi um excelente treino mental. Minha mente se concentrou para funcionar como se fosse o terceiro dia da prova! Como se estivesse travada, sem conseguir correr rápido! Consegui soltar as pernas, foi um péssimo treino físico, até porque o Rafa não treina corrida; mas ótimo treino mental.Consegui me concentrar e acreditei que estava na prova!

E mais uma semana se encerra!
Aos poucos as semanas vão se encaixando para formar a caminhada rumo a uma prova dura. Como toda prova de endurance, a preparação inclui obstáculos a serem superados, planos refeitos, treinos longos, muita disciplina e persistência. Nunca é fácil. O essencial é estarmos sempre prontos para superar os problemas, seguir em frente e aprender com as dificuldades. Isso é força e poder.





E após 6 dias sem nadar, nessa próxima semana, estou de volta!!



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