segunda-feira, 28 de abril de 2014

Trirex Longo

Dia 27 de abril, aconteceu em Brotas, uma prova do calendário estadual de SP -formato olímpico contando para ranking- e formato longo de 3km de natação, 56km de bike e 21km de corrida.
A prova é totalmente amadora, pois não possui premiação em dinheiro e nem podium geral. Acredito que seja um ponto negativo, ainda mais sendo uma prova do calendário de uma federação.

A natação consistia em um percurso triangular na represa, sendo duas voltas de 1500m. Larguei na frente, e segui reto. A largada foi chata, por causa do olímpico; as pessoas pareciam atordoadas. A correnteza estava puxando para a direita e rapidamente percebi que a bóia estava MUITO para a minha esquerda. Perdi tempo, mas achei que fosse possível corrigir a tempo o erro. Viramos rumo a segunda bóia e o sol batia de frente. Eu não enxergava nada. Foi péssimo. Tive que seguir atletas, e isso é ruim, porque se ninguém enxerga, o risco de todo mundo estar nadando torto é quase 100%. Fechei a primeira volta para 21'. E quando mergulhei para a segunda volta, ouvi um barulhinho que parecia brincadeira. Meu óculos estourou no meio da prova! C$%¨&*@! Parei de nadar e para a minha surpresa, um atleta parou junto, pois viu que  meu ritmo estava bom e que parei do nada; e perguntou o que tinha acontecido. Perguntou se eu queria ajuda! Mais uma vez, o esporte me faz acreditar que o ser humano pode ser bom! Não acreditei! Arrumei o óculos, e depois disso parei mais umas 4 vezes pra arrumar a água que insistia em entrar nos meus olhos. Ai pensei que minha natação tinha estragado toda a prova, pois um pelotão me passou enquanto arrumava.  Achei que fosse a última pessoa da prova. E a segunda volta, nadei para pegar o pelotão que me passou. Apesar de a segunda volta ter sido o repeteco da primeira, com correnteza, sol, e para fechar, mais correnteza. Saí da água com 45'. Poderia ter saído com 42-43' se nada tivesse acontecido. Mas foi aprendizado. Esse óculos, comprei em Kona 2012. Super novo. Rss. Já devia ter trocado. Antes tarde do que nunca né. Só assim mesmo...
T1 foi lentinha com 1' e tanto.

Saí pra pedalar 5' atrás da líder, a Bruna Mah. Apesar de competir como elite, utilizou a prova certamente como parte de treino. Todos os atletas do longo, utilizaram a prova como treino, sendo a grande maioria participante do Ironman Brasil.

O ciclismo... o que foi o ciclismo.. Sem palavras!
O percurso de 56km foi dividido em 4 voltas de 15km e pouco. Ele era totalmente serrano. Serra, subidas, poucas descidas -era o que parecia-. Na volta, vento contra, com mais subidas. C$#¨&&*(!!
Fechei as voltas de bike bem consistente com cada volta a 30'. Só a última volta, que aumentou uns 5', pois o vento só piorou, e o desânimo bateu.
Como eu treino em terreno ondulado, com subidas contínuas, mas não como terreno de serra, senti bastante falta do treinamento específico. Semana passada, fizemos um pedal de 180km para Pirapora, e pegamos um trecho muito pequeno de serra. Definitivamente, não estava com técnica de escalada. E se pudesse voltar, colocaria um cassete de montanha, para subir melhor, e certamente se não diminuísse uns 5 minutos do pedal, certamente, chegaria para correr com os quadríceps bem menos desgastados.
O ciclismo foi sofrimento. A sensação era de rastejamento.
T2 foi longo, com um retorno bem grande. Demorei uns 3'.

A corrida consistia do mesmo terreno- era a mesma estrada em lado oposto-, sendo 2 voltas de 10km e pouco. A corrida foi dura. Saindo da T2, já se encontra uma p%$ de uma subida, que te faz sentir ainda pior, pois ainda não deu tempo do corpo se automatizar a corrida.
Muito sobe e desce, com a sensação de sobe e sobe, pois é claro que a estrada só avançava em altitude. A volta, desce um pouco mais, só que antes de fazer o retorno tem algumas subidas dóidas -longuinhas e inclinadas-. O retorno é lá embaixo, e para o desespero, é preciso repetir a mesma subida inicial, e recomeçar tudo de novo.
 Fechei a primeira volta pra 46', e a corrida pra 1h37'. Me senti lenta, bem lenta. Corri o tempo todo com um atleta, e no retorno da última volta, o deixei pra trás. Depois não vi  mais. Tinha que agradecê-lo pelo pace, pela compania, e pelo gel que me deu na corrida.  Nem sei quem era.

Terminei aliviada de ter finalizado a prova. Não terminei feliz com o resultado, mas me tornei mais forte com essa experiência e feliz por ter ido participar do evento.

A prova foi desafiadora e acredito que são provas assim que faltam em nosso país. São provas assim que irão fazer nosso esporte evoluir, pois só assim, o nível técnico e físico dos atletas serão melhores, também. A prova, como organização, teve infinitas falhas, algumas graves; mas a escolha do percurso foi um ponto positivo muito forte. Assim, como o valor da inscrição não tão abusivo, e a escolha da cidade. Ainda assim, a campanha dos atletas é "Trirex, por favor, volte para Itirapina". Rsssss

A lista de provas anuais do típico triatleta brasileiro está totalmente ultrapassada, com provas planas e rápidas -e pior vácuo "proibido" descontrolado, e espaço insuficiente para o número de atletas. Troféu Brasil, Internacional de Santos, Long Distance Caiobá. Já era. Comigo não. A não ser que as coisas mudem.

Me pergunte se houve vácuo nessa prova. Impossível. E mesmo assim, vi diversas vezes moto de arbitragem passar. Parecia até piada. Era mais provável encontrar atletas fazendo guincho com corda, do que encontrar alguém no vácuo de outra pessoa. O percurso era totalmente técnico. Subida com subida; descidas rápidas que mal davam para recuperar, algumas até longas, mas que já imendava em outra subida.

Um ponto negativo foi o número de meninas. Pequeno; muito pequeno. Achei que pelo menos o olímpico teria um número razoável, pois a prova contaria como ranking estadual. Mas não: 9 meninas no olímpico e 5 no longo. Piada. Se for para fora do país, em qualquer prova vai ter um número bem mais alto que este. Acho lamentável, mas certamente deve ser cultural.

Saldo do dia 2 lugar categoria 20-25 anos, e 2 geral feminino, com o tempo de 4h35'10''.

Agradeço meus treinadores e apoiadores. Agradeço meus amigos, minha torcida, meu namorado que foi me ver, os atletas que me ajudaram no meio da prova!
Agradeço ao Donga por ter levado as bikes pra nós; e ao Fer Couto pelo hotel!

Bom é rever os amigos, melhor ainda é fazer isso em um prova de triathlon!




 
Parabéns à todos os  atletas que completaram esse desafio!

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