Dia 17 de junho fui para Cunha passar o fim de semana na casa
da vó.
Dia 18 fiz um treino longo de corrida pela serrinha que eu
amo e depois fiquei no sossego daquela cidade! E apesar do friozinho da
madrugada, passei mal de calor durante a corrida! Levei hidratação e estava um
dia bem quente!
Dia 19, de madrugada, descemos para Paraty para que eu
nadasse os 3,8km do Aloha Paraty. Foi uma delícia! O mar estava uma piscina! A
roupa de borracha estava liberada e a água não estava tão gelada como Floripa
ou como Guarujá. Foi maravilhoso! De quebra peguei em segundo na categoria e cheguei
muito bem colocada geral. Voltei feliz da vida por ter passado por uma cidade
que amo tanto!
Depois de 3 finais de semana seguidos fazendo provinhas
pequenas, porém com muita variação térmica de quente e frio, água gelada, sol
quente, vento gelado, dia quente, noite fria; fiquei 3 dias de cama com febre,
gripe, sinusite e 2 semanas bem inconstante; com catarro e garganta inflamada.
Isso me fez segurar os treinos para a maratona; para aumentar a imunidade e me
custou o treino adequado e me atrapalhou na preparação que tinha de apenas 4
semanas de treino- do momento que decidi me inscrever e da data da prova.
Dia 17 de julho larguei na Maratona de Campinas, com o
objetivo de pegar um pódio geral feminino e ganhar alguma graninha.
A prova foi tranquila até o momento em que ficou muito dura!
Rss
Larguei forte e não segurei o ritmo. Cheguei em um ponto que
tenho que arriscar e parar de planejar. Se quero abaixar o tempo ou pegar uma boa
colocação[LT1] ,
o plano é não ter plano. Apenas seguir ritmos que não fossem absurdos (acima do
limiar anaeróbio) e ir traçando metas de acordo com a resposta do meu corpo
durante a prova e de acordo com as outras mulheres.
Largamos no bolo grande com muitas pessoas participando do
revezamento, outras no 14km, e outras no 21km. Separamos no km 1, mas até
definir o pessoal da maratona do restante, demorou uns 15km.
Até o km 10 dei uma puxada no ritmo, depois resolvi segurar
um pouco para passar nos 21km no tempo planejado de 1hr31’. Muitos amigos
passando por mim e falando pra eu segurar. Resolvi segurar.
No km 12 já sabia quem estava na minha frente na volta dos
21km e das 3 meninas, apenas 1 estaria nos 42km comigo. Coincidiu de ser a
mesma que ficou a Meia Maratona de Campinas próximo de mim a prova toda, e que
no final me passou e chegou em quinto geral, menos de 30 segundos na minha
frente – 150-200m. Fiquei de olho, não deixando ela desaparecer de vista. Ultrapassei-a
no km 20 e realmente achei que ela estava cansada. Eu corria bem, me sentindo
bem, e apenas pensando “Tem algo errado; isso aqui está muito fácil”!
Segurei o ritmo e passei no pórtico com exatos 1hr31’.
Estava exatamente dentro do planejado. Segui em um ritmo junto com um cara, já
liderando até o km 28. Em todo esse tempo, a federação ficava alertando para eu
me separar do cara. Não sabia dessa regra. Ignorância pura a minha; realmente estávamos
lado a lado. Em toda maratona completada que fiz (Rio e Santa Catarina), nunca
teve árbitro. Resolvi abaixar a cabeça, apesar de me irritar, pois me
desconcentrava muito. Nos separamos.
No km 28 fui ultrapassada novamente e logo em seguida senti uma
sensação nova que jamais senti: dos meus pés até minhas pernas (ambas) por
inteiro ficaram duras como tijolo. Não conseguia correr direito. Como nunca
tive câimbra, pensei que talvez fosse início de câimbra; talvez falta de sal. Achei muito estranho, pois não era um músculo
aqui e outro ali, era da cintura para baixo travada, dura feito tijolo.
Os últimos 10km foram difíceis, me arrastei e minha sensação
era que estava quase andando. A mente queria acelerar, mas sabia que o corpo não
respondia.
Conversei com o meu novo nutricionista, e ficou claro que
foi um problema de estoque de glicogênio pré prova. Realmente comi pouco e mal
nos dias antes da prova. A sensação foi desconhecida para mim, e pela explicação
do nutricionista, tudo fez sentido: falta de glicogênio hepático fez com que o
corpo por defesa me pedisse para parar de correr – como sistema de defesa.
Estava treinando com banana e Gatorade; durante a prova, o
gel não segurou a minha energia momentânea. Senti fome durante a prova quando
chegou próximo de 1hr40’ de prova. Queria muito comer uma banana. O corpo pede
o que ele precisa; e precisava de energia. Nesse momento tentei tomar mais gel,
mas estava passando mal, com ânsia de vômito de gel.
Terminei em segundo lugar 3’ atrás da campeã. Insatisfeita e
com um gosto grande de sofrimento. Mas no final, fiquei feliz de ter terminado.
Quando a gente sabe que é possível uma vitória e perder tão feio... O gostinho
de quase ter ganhado em casa era tão doce. Mas, no final, sempre acho justo.
Foi uma vitória dela justa. E apesar de não ter tido um start list forte, com
quenianas, consegui o pódio e a graninha, fazendo o que mais gosto: correndo!
Agora estou acertando a nutrição rumo ao segundo semestre.
Voltarei a entrar em dieta na rotina de treinos e a testar novos produtos no
treinamento para ver os resultados nas próximas provas e chegar segura no
Mundial, sem erros grotescos. Sei a importância da nutrição em provas longas.
Foi a diferença na prova de Ultraman.
Em agosto faço uma provinha curta de triathlon e uma
provinha curta de corrida. Não estou treinando bem especifico para o tri,
pedalando muito pouco. Mas acho bom fazer prova e sofrer; pra ver que pra fazer
uma prova bem feita tem que treinar sempre muito bem.
Em setembro tenho mais uma maratona e muitos treinos em
outubro e novembro para finalmente chegar na prova principal do ano: Campeonato
Mundial de Ultramaratona, 100km, na Espanha, dia 27 de novembro.
Tenho que agradecer todo apoio e ajuda dos meus alunos. Não sou
nada sem as pessoas que me ajudam, e meus alunos estão sempre ao meu lado.
Obrigada Testolin por me dar de presente um Garmin novinho
em folha para meus treinos longos de corrida e para competir! Agora não vou
poder deixar meus treinos em segredo, vou ter que postar alguns! Não gosto de
postar, porque não tenho interesse nenhum nos treinos dos outros, então imagino
que ninguém teria interesse em ver os meus treinos. Mas, os alunos estão pedindo!
Tenho que agradecer meus alunos Ronaldo e Pati que me deram
as passagens aéreas para Espanha.
Posso definir essas pessoas, que sempre cruzaram meu caminho
ao longo dos anos, como anjos que Deus coloca na minha vida. Me presenteiam com o que eu preciso; bicicleta, passagens aéreas, inscrições, relógio, comida..
Tenho muito a agradecer!! Nada me falta!
Como eu tenho a agradecer!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário