segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Provinhas de junho e julho


Dia 17 de junho fui para Cunha passar o fim de semana na casa da vó.

Dia 18 fiz um treino longo de corrida pela serrinha que eu amo e depois fiquei no sossego daquela cidade! E apesar do friozinho da madrugada, passei mal de calor durante a corrida! Levei hidratação e estava um dia bem quente!

Dia 19, de madrugada, descemos para Paraty para que eu nadasse os 3,8km do Aloha Paraty. Foi uma delícia! O mar estava uma piscina! A roupa de borracha estava liberada e a água não estava tão gelada como Floripa ou como Guarujá. Foi maravilhoso! De quebra peguei em segundo na categoria e cheguei muito bem colocada geral. Voltei feliz da vida por ter passado por uma cidade que amo tanto!

Depois de 3 finais de semana seguidos fazendo provinhas pequenas, porém com muita variação térmica de quente e frio, água gelada, sol quente, vento gelado, dia quente, noite fria; fiquei 3 dias de cama com febre, gripe, sinusite e 2 semanas bem inconstante; com catarro e garganta inflamada. Isso me fez segurar os treinos para a maratona; para aumentar a imunidade e me custou o treino adequado e me atrapalhou na preparação que tinha de apenas 4 semanas de treino- do momento que decidi me inscrever e da data da prova.

Dia 17 de julho larguei na Maratona de Campinas, com o objetivo de pegar um pódio geral feminino e ganhar alguma graninha.

A prova foi tranquila até o momento em que ficou muito dura! Rss

Larguei forte e não segurei o ritmo. Cheguei em um ponto que tenho que arriscar e parar de planejar. Se quero abaixar o tempo ou pegar uma boa colocação[LT1] , o plano é não ter plano. Apenas seguir ritmos que não fossem absurdos (acima do limiar anaeróbio) e ir traçando metas de acordo com a resposta do meu corpo durante a prova e de acordo com as outras mulheres.

Largamos no bolo grande com muitas pessoas participando do revezamento, outras no 14km, e outras no 21km. Separamos no km 1, mas até definir o pessoal da maratona do restante, demorou uns 15km.

Até o km 10 dei uma puxada no ritmo, depois resolvi segurar um pouco para passar nos 21km no tempo planejado de 1hr31’. Muitos amigos passando por mim e falando pra eu segurar. Resolvi segurar.

No km 12 já sabia quem estava na minha frente na volta dos 21km e das 3 meninas, apenas 1 estaria nos 42km comigo. Coincidiu de ser a mesma que ficou a Meia Maratona de Campinas próximo de mim a prova toda, e que no final me passou e chegou em quinto geral, menos de 30 segundos na minha frente – 150-200m. Fiquei de olho, não deixando ela desaparecer de vista. Ultrapassei-a no km 20 e realmente achei que ela estava cansada. Eu corria bem, me sentindo bem, e apenas pensando “Tem algo errado; isso aqui está muito fácil”!

Segurei o ritmo e passei no pórtico com exatos 1hr31’. Estava exatamente dentro do planejado. Segui em um ritmo junto com um cara, já liderando até o km 28. Em todo esse tempo, a federação ficava alertando para eu me separar do cara. Não sabia dessa regra. Ignorância pura a minha; realmente estávamos lado a lado. Em toda maratona completada que fiz (Rio e Santa Catarina), nunca teve árbitro. Resolvi abaixar a cabeça, apesar de me irritar, pois me desconcentrava muito. Nos separamos.

No km 28 fui ultrapassada novamente e logo em seguida senti uma sensação nova que jamais senti: dos meus pés até minhas pernas (ambas) por inteiro ficaram duras como tijolo. Não conseguia correr direito. Como nunca tive câimbra, pensei que talvez fosse início de câimbra; talvez falta de sal.  Achei muito estranho, pois não era um músculo aqui e outro ali, era da cintura para baixo travada, dura feito tijolo.  

Os últimos 10km foram difíceis, me arrastei e minha sensação era que estava quase andando. A mente queria acelerar, mas sabia que o corpo não respondia.

Conversei com o meu novo nutricionista, e ficou claro que foi um problema de estoque de glicogênio pré prova. Realmente comi pouco e mal nos dias antes da prova. A sensação foi desconhecida para mim, e pela explicação do nutricionista, tudo fez sentido: falta de glicogênio hepático fez com que o corpo por defesa me pedisse para parar de correr – como sistema de defesa.

Estava treinando com banana e Gatorade; durante a prova, o gel não segurou a minha energia momentânea. Senti fome durante a prova quando chegou próximo de 1hr40’ de prova. Queria muito comer uma banana. O corpo pede o que ele precisa; e precisava de energia. Nesse momento tentei tomar mais gel, mas estava passando mal, com ânsia de vômito de gel.

Terminei em segundo lugar 3’ atrás da campeã. Insatisfeita e com um gosto grande de sofrimento. Mas no final, fiquei feliz de ter terminado. Quando a gente sabe que é possível uma vitória e perder tão feio... O gostinho de quase ter ganhado em casa era tão doce. Mas, no final, sempre acho justo. Foi uma vitória dela justa. E apesar de não ter tido um start list forte, com quenianas, consegui o pódio e a graninha, fazendo o que mais gosto: correndo!

 Foto: Lislene

 Foto: Noblu

Agora estou acertando a nutrição rumo ao segundo semestre. Voltarei a entrar em dieta na rotina de treinos e a testar novos produtos no treinamento para ver os resultados nas próximas provas e chegar segura no Mundial, sem erros grotescos. Sei a importância da nutrição em provas longas. Foi a diferença na prova de Ultraman.

Em agosto faço uma provinha curta de triathlon e uma provinha curta de corrida. Não estou treinando bem especifico para o tri, pedalando muito pouco. Mas acho bom fazer prova e sofrer; pra ver que pra fazer uma prova bem feita tem que treinar sempre muito bem.

Em setembro tenho mais uma maratona e muitos treinos em outubro e novembro para finalmente chegar na prova principal do ano: Campeonato Mundial de Ultramaratona, 100km, na Espanha, dia 27 de novembro.

Tenho que agradecer todo apoio e ajuda dos meus alunos. Não sou nada sem as pessoas que me ajudam, e meus alunos estão sempre ao meu lado.

Obrigada Testolin por me dar de presente um Garmin novinho em folha para meus treinos longos de corrida e para competir! Agora não vou poder deixar meus treinos em segredo, vou ter que postar alguns! Não gosto de postar, porque não tenho interesse nenhum nos treinos dos outros, então imagino que ninguém teria interesse em ver os meus treinos. Mas, os alunos estão pedindo!

Tenho que agradecer meus alunos Ronaldo e Pati que me deram as passagens aéreas para Espanha.

Posso definir essas pessoas, que sempre cruzaram meu caminho ao longo dos anos, como anjos que Deus coloca na minha vida. Me presenteiam com o que eu preciso; bicicleta, passagens aéreas, inscrições, relógio, comida..
 Tenho muito a agradecer!! Nada me falta!

Como eu tenho a agradecer!! 


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