domingo, 20 de novembro de 2011

Pirassununga 2011


Sabadao, véspera do Long de Pirassununga, levantei da cama as 10 – Oh delícia!-, tomei café e sai pra estrada rumo ao interior, mais interior que Campinas.

Cheguei no hotel, larguei tudo, fui pegar o kit, fui no supermercado, almocei lá, conheci a cidade inteira atrás de BB e de um posto pra colocar álcool mais barato. Voltei pro hotel e fiquei tranquilona, até que sai pra fazer minhas batatas assadas pro pedal, e encontrei Campinas inteira no mesmo hotel: Pipo, Sebá, Alemao, Ju, Lodd, todo mundo. Fiquei no bate papo, eles foram jantar, fiquei no quarto descansando, comi uma maca, uma garrafinha de água de coco e outra de suco de gelatina que fiz no hotel . Já tinha tomado café da manha tarde, e almocado, sem fome as 3 da tarde. Nao dava pra comer mais.

Fiquei descansando na cama do hotel, na internet ouvindo música, pintando as unhas para a prova - tradicao pintar de rosa-, tv ligada. O único problema dessa noite foi: a cama era infantil do tamanho da que eu tinha quando era pequena, e nao dava pra se mexer nada -Fiquei pensando no Sebá e outros triatletas altos e grandes durmindo nela; eles, sim, tiveram uma super noite de sono!-. E outro problema: como fui sozinha, nao tinha ninguém pra me ajudar a acordar. E o medo de acordar as 9 da manha e perder a prova??

Considerando que as últimas 2 semanas, tenho acordado as 8, 9 da manha, e exausta, sabia que isso seria fácil de acontecer. Assim, eu descansei e durmi bem, mas acordando de hora em hora, olhando no relógio pra nao perder hora, porque o hotelzinho nao tinha telefone pra me alguém me acordar.

Acordei com uma baita fome, comi dois lanches de café da manha, o que é inédito pra mim em dia de meio Iron ou Iron. Ano passado em Penha, meu café foi uma garrafinha de água com endurox. E ano passado, em Kona, foi uma xícara de chá com um mini muffin.

Arrumei tudo, e rumei a largada.

Passei frio de maio na largada.

E me desculpe 3T, mas tenho que justificar meu uniforme na prova. Usei o maio que fiz Kona 2010, sem logo algum.

Eu encomendei meu uniforme mais de um mes atrás, fiquei na cola, mas nao recebi a tempo. Sinceramente, fiquei chateada, pois meus apoios e o patrocínio para a prova contavam com o logo imagem no uniforme. Foi chato. Quem pagou a viagem e a competicao foi a Fundesporte de Santa Catarina. Enfim, espero que chegue essa semana.

Voltando a prova.

Entrei na água que estava quente e deliciosa.

Dada a largada, sai nadando e pegando esteira de uma amadora com uma alguma professional. Eu só sei que olhava pro lado direito e esquerdo e nao via ninguém. Pensei cade as outras meninas?!! Gente, cade?! Nao via. Chegando na primeira bóia isso já mudou, as meninas vinham pelo lado esquerdo. O que estranhei muito, pois o menor caminho era reto, já que o retorno da bóia era para aquele lado. Bom, encaixei um bom ritmo. Pensei no Samir, meu coach de natacao e tudo que ele dizia e repetia pra mim nos últimos 3 meses.

Sai da primeira volta junto com uma menina X, pulei na água e olhei no relógio, 15’e pouco. Pensei, está legal. Vamos embora! Eu e a menina nos emparelhamos e fomos até o final juntas, eu talvez tenha saído um pouco antes da água, porque a galera gosta de fazer o caminho mais longo, e estava saindo da água pela esquerda. Da última bóia para a saída era só se manter no canto que já caia no canto direito de quem estava nadando e estava fora da água no caminho mais curto. Eu sei que nao sou a melhor nadadora, mas sou ótima em navegacao, direcao, e pegar correnteza certa no mar, até por isso teve muitas provas que sai junto com uns caras que nadam muito mais, e nao sabem pegar correnteza a favor, conhecer o mar e nem direcao. Os triatletas parecem que gostam de nadar na hipotenusa de um triangulo, sempre o caminho mais longo, ou de seguir o da frente com preguica de realmente achar a bóia e colocar pontos de referencias.

Bom, sai da água em 31’, fui pedalar. Tentei puxar um pouco a primeira volta para estabelecer um ritmo de prova, e na segunda volta, me senti muito bem e sai matando. Paguei o preco na Terceira, e perdi motivacao e forca. Na quarta, dai-me paciencia, que caminho mais chato!

O asfalto estava precário, um horror! Acho que nunca pedalei em um lugar com tanto buraco, e muita lombada. Aliás, o problema de lombada eu percebi que vem da cidade de Pirassununga. Jesus! Quanta lombada e depressao! Em todas as quadras! Velocidade media de carro na cidade é 20km/hr ou entao, carro destrúido. Eu sei que aprendi destruindo um pouco o do meu pai. Espero que ele nao leia isso. Rsss.

Entao, voltando ao ciclismo, nas últimas 2 voltas, veio um vento. Mas na última, era um ventao que encomodou!

Incrível como o triathlon nos traz um aprendizado, sempre, em todas as provas! Os lerdinhos, os ruinzinhos, amadorzinhos, sempre ficam com uma surpresinha extra divina! Um ventinho a mais, uma correnteza a mais, uma chuvinha a mais.. Dessa vez, foi um ventao a mais. Eu nao saia do lugar, vinha areia na cara, olhava pra trás e pra frente, ninguém. Pensei, legal, sou a última ciclista da prova. Estou sozinha, todo mundo me passou nas últimas 2 voltas. Pensa como fiquei ainda mais motivada para acabar o pedal. Desci da bike igual desci no Iron que fiz esse ano. Uma mistura de quem nao acredita que acabou com aquele pensando F%$#&! Como vou correr agora?!

Fiz uma transicao meio capenga, sentei para colocar os tenis, o que mostra a situacao. Peguei as coisas rapidamente, abri minha coca que ficou quente e perdi metade com um banho de gás. E assim, sai pra correr, travada. Fui dando passinhos pequenos – baby steps- e tentando encaixar alguma corrida. Corri 6km bem desanimada, via a quantidade de meninas na minha frente, e como estava ruim… Entrei na estradinha de terra, e como me sinto bem correndo em trilha!! - Acho que vou mudar de esporte e comecar a treinar apenas pra Xterra. -Encaixei um ritmo fui. Passei umas meninas. Estava bem, me sentindo bem. Na última volta comecei a decair de novo. Acho que o trecho era muito desmotivante. Mesmo assim, consegui passar a Ju, que estava com muitas dores no pé.

A segunda volta foi bem pior que a primeira. Faltando 3km, eu resolvi acelerar meu ritmo pra chegar vomitando e ver se conseguia chegar abaixo de 5hr. Só que consegui correr 500m forte, e comecou a me dar uma caimbra do caramba na costela esquerda e nao conseguia respirar. Fora o probleminha cronico de tosse com catarro na garganta que me atrapalhou um pouco no ciclismo e principalmente na corrida, me atrapalhava pra respirar. Tive que diminuir e ficar no ritmo que estava.

Fechei a prova em 5hr04`.

Gostaria de ter feito 20` a menos. Uns 15` a menos na bike e uns 5’ na corrida. Ai teria ficado satisfeita. Perfeito seria se abaixasse mais 10`da corrida. Mas considerando que ainda estou evoluindo no triathlon, acho difícil em provas longas eu conseguir encaixar um pedal bem forte com uma corrida bem forte. Por enquanto, ainda estou balanceando, evoluindo e tentando. Só o tempo…


Sofri.

Esperava mais.

Mas valeu.

Valeu, porque ano passado fiz 5hr01`em Penha, e Pirassununga é muito mais difícil que Penha.

Valeu por tudo que sofri os últimos meses: as doencas, as frescurites agudas que me deixaram mal de saúde e com desconfortos para fazer tudo.

Valeu por ter feito algo que me deixa feliz, mesmo que nao completando perfeitamente como gostaria.

Valeu, porque nos momentos ruins da prova, pensava na minha mae. Dois dias antes, enquanto fazia um treino de rolo, gritando que cada dia que passava, ela ODIAVA mais esse esporte. Sorte dela, porque sou eu quem ama mais a cada dia.
Valeu, porque uma das pessoas que um dia já foi um grande companheiro meu, de esporte , de amizade e de vida, me falou dois dias antes da prova, que realmente nao entendia o que o esporte significava pra mim.

Valeu, porque a dor nas costas que me encomodou por mais de um mes nos treinos, nao deu sinal de vida - Sim, preciso de um bikefit urgente! – Eu nem sei qual o músculo que está zicado, porque nem olhei no espelho, mas acho que é o músculo Redondo..

Valeu, porque o vento da última volta do ciclismo é uma leve brisa que faz voar guardanapo perto do vento que vou enfrentar em Fortaleza.

Valeu, porque depois de pegar estrada de volta, almocei japones, o que nao fazia desde U.S, onde a comida era uma porcaria, e enjoei de tanto comer, mas estava com saudades e vontade! - 10 sushis e ainda embrulhei um yakisoba pra mais tarde: UHMM.

Valeu, porque entrei na piscina de gelo e sofri mais nos 2 minutos dentro daquilo do que nas 5hrs de prova. E olha que sofri na prova!

Valeu, porque encontrei pessoas queridas, Ciro, Aninha, galerinha do bem, e consegui ficar uns minutinhos lá tomando coca, conversando um pouco.

Valeu, porque corri sem meia e meu cachorro nao pára de lamber meus dedos que estao machucados.

Valeu, porque minha chave do carro ficou com o William Barbosa, e sai trotando com troféu e tralhas na mao, até a transicao pra encontrar com ele e com o Fred. - Achei que nao ia mais conseguir ir embora de lá! Anunciei no microfone da premiacao e cade?!! Rssss

Valeu, porque esqueci, de novo, a máquina fotográfica e alguém vai ter que fazer uma montagem de foto de Luiza com troféu e camiseta de patrocínio ao fundo da Base Aérea de Pirassununga. - Eu nao ia comprar máquina fotográfica descartável como fiz no Rio, porque fica muito trash.
Valeu, porque semana que vem tem mais! E se pudesse, tinha um triathlon todo fim de semana!

Rumo Cabra da Peste!

P.S: Galera que tirou foto de mim, por favor, me evie, pois preciso pra prestar conta para o patrocínio!

Um comentário:

  1. Belo relato...
    Gostei!!

    Boa prova!!!!
    Não esquece de levar a grana pro staff da corrida comprar a água gelada... hehehe

    ResponderExcluir